Restaurantes
Paraíso dos comilões

A poucos quilômetros da Esplanada, a Vila Planalto é hoje um centro da gastronomia regional.

A Vila Planalto bem que poderia se chamar Vila dos Restaurantes. Quase em cada rua é possível encontrar um. Triângulo Mineiro, Tri-Legal, Sertão e Mar, Cabana da Árvore, Panela de Pedra, Restaurante do Rosental, Ki-Mukeka, Casa Grande e Fogão de Pedra são alguns integrantes desse roteiro gastronômico.

  Erguida em 1957 como acampamento dos profissionais que vieram trabalhar na construção da futura capital, a Vila Planalto fica a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios. Abastecidos por funcionários do Senado, Câmara dos Deputados e outros órgãos como Serpro e Dner, os restaurantes têm um bom movimento durante a semana. ‘‘Acho a concorrência que existe muito saudável, tem clientes para todos’’, afirma o gerente do Sertão e Mar, João Lima.

  Aberto há apenas quatro meses, o Casa Grande superou as expectativas do proprietário, Amom Rodrigues. ‘‘Nosso planejamento previa que somente aos seis meses teríamos esse movimento’’, disse. Com cascata, ar-condicionado e um self-service variado, o restaurante tem a cada dia da semana um prato principal: salmão, bobó de camarão, bacalhau à Gomes de Sá, carneiro e feijoada. E tudo isso a R$ 9,90 por pessoa, com direito a sobremesa.

  O Tri-Legal, que funciona como restaurante há três anos, levou um tempinho para aumentar a freguesia. ‘‘Como existem muitos restaurantes que têm clientela cativa, demoramos para conseguir atrair o público’’, conta o dono do restaurante e pizzaria, Marco Aurélio. Segundo ele, foi preciso abaixar os preços. O self-service, que antes era R$ 11,00 o quilo, caiu para R$ 8,90, e o cliente ainda tem a opção de comer à vontade (sem passar pela balança) por um preço fixo de R$ 3,99 (homem), R$ 3,50 (mulher) e R$ 2,00 (criança acima de 8 anos) — menores de 8 anos não pagam.

  Um dos restaurantes mais movimentados da Vila Planalto é o Fogão de Pedra. Inaugurado há três anos pelo casal Elba Ferreira e Edley Vieira Ferreira (filho de um dos pioneiros de Brasília, Denizat Rivaiu), já tem freguesia fiel. ‘‘Todos daqui já nos conhecem, meu sogro é morador da Vila desde fevereiro de 1958’’, conta. Com clientela fixa e cardápio variado, no almoço, geralmente, todas as mesas ficam ocupadas. São oferecidos pratos como leitoa à pururuca, sarapatel, arroz com pequi e cabeça de leitoa (servida somente aos domingos), além de muitos outros da cozinha nordestina, mineira e goiana. De segunda a sexta-feira, o quilo sai a R$ 11,90. Sábados, domingos e feriados, a R$ 12,90.

  Já os fãs da cozinha baiana e frutos do mar devem se lembrar do restaurante Ki-Mukeka, que funcionou durante muitos anos na 203 Sul. Ele foi reaberto e fica agora na casa de show Ópera Hall, às margens do Lago Paranoá e próximo à Vila Planalto. Com decoração agradável e uma bela paisagem ao redor, o Ki-Mukeka tem como prato principal a mariscada, composta por camarão, peixe, polvo, sururu, ostra, mexilhão e arraia, que custa R$ 48,50, para três a quatro pessoas.

  O Ki-Mukeka tem cardápio bem variado que vai de casquinha de siri (R$ 3,00) e acarajé (seis unidades a 5,50) a bobó de camarão (R$ 39,50) e carne de sol com pirão de leite (R$ 16,00). Todos os pratos são feitos na hora e o tempo de preparação varia de cinco a 20 minutos. ‘‘A mariscada é o que necessita de mais tempo no forno, já que o peixe tem que estar bem cozido‘‘, explica Oliveira.